Publicado em: Agência de Notícias Brasil-Árabe (ANBA)
Por Isaura Daniel | 24 de fevereiro de 2017
A Smart Power, companhia brasileira que trabalha com soluções para o mercado de defesa, como proteção balística e câmeras especiais para a área, assinou acordo de colaboração com o International Golden Group (IGG), de Abu Dhabi. A companhia árabe também trabalha com soluções para defesa.
Pelo acerto, a Smart Power vai produzir no Brasil uma embarcação do grupo árabe, e a IGG, por sua vez, promoverá um sistema móvel de avaliação balística da brasileira no Oriente Médio. As informações são de Frederico Aguiar, presidente da Smart Power e também diretor presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE). “O mercado árabe é muito importante para a indústria brasileira”, disse Aguiar.
A ABIMDE avalia os resultados da feira como excelentes. O vice-presidente executivo da entidade, Carlos Afonso Pierantoni Gambôa, destacou em entrevista à ANBA o fechamento de acordos de colaboração durante a mostra.
O setor inclui produtos e serviços para defesa e também para segurança, e, portanto, tem clientes no setor público e também no privado. Além dos itens mais conhecidos desta indústria, como armas e munições, ela comporta também sistemas, embarcações, veículos, blindagens, helicópteros, entre outros.
Entre as empresas expositoras da Idex 2017 esteve a Atech, que faz parte do grupo Embraer. A empresa produz softwares para controle e combate. Na feira, ela fez vários contatos, identificou oportunidades e possíveis parcerias, segundo o seu executivo de Desenvolvimento de Negócios para Defesa, Vinicius Meng.
O diretor da ALTAVE, Bruno Avena de Azevedo, afirma que fez na mostra excelentes contatos. As conversas geradas, aliás, terão andamento em reuniões posteriores. A empresa fabrica aeróstatos, balões considerados aeronaves leves, usados para levantar equipamentos, desde câmeras para vigilância de área até antenas de telecomunicações e radares. Eles não são tripulados.
A empresa começou a se voltar para a exportação há cerca de um ano e desde lá participou de nove feiras no exterior. Na IDEX foi a primeira vez. “Tivemos bastante receptividade. Eles não têm muita experiência com a nossa tecnologia, só com balões maiores, e o sistema foi bem recebido por ser complementar aos maiores”, afirmou Azevedo.
Entre as empresas participantes que também se mostraram satisfeitas com o resultado da mostra estavam a Condor e a Emgepron. A Condor fabrica produtos voltados principalmente para policiamento, como spray de pimenta e granadas lacrimogêneas, e já atende o mercado árabe.
A Emgepron comercializa produtos da Marinha do Brasil, como munição e navios. A companhia também já tem negócios no Oriente Médio e encaminhou novos na IDEX, segundo o gerente de Munição, Adelson Silva Lucena.
A empresa BCA apresentou na feira de Abu Dhabi seus produtos para proteção balística, que são usados para fabricação de coletes a prova de balas, blindagem de automóveis, embarcações e aeronaves. A companhia conseguiu reduzir em 40% o peso de coletes com proteção balística. De acordo com o CCO da empresa, André Nestor Bertin, já há negócios com o Oriente Médio.
A participação brasileira contou com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), por meio do escritório de Dubai, do Ministério da Defesa e da Embaixada do Brasil em Abu Dhabi.
A Embraer teve estande individual na mostra.
Câmara Árabe
Nesta quinta-feira, o estande brasileiro na IDEX foi visitado por representantes da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, entre eles o presidente da entidade, Rubens Hannun, e o diretor-geral, Michel Alaby. Eles conversaram com as lideranças da ABIMDE e se propuseram a trabalhar em cooperação para expandir a presença das empresas brasileiras no mercado árabe.
Segundo informações da Emirates News Agency (WAM), só as Forças Armadas dos Emirados anunciaram a realização de contratos no valor de 19 bilhões de dirhans (US$ 5,2 bilhões) durante a feira.