Publicado em: Revista Tecnologia & Defesa
Por Roberto Caiafa | 11 de dezembro de 2018
Também acompanharam a comitiva ministerial representantes de 14 empresas da base industrial de defesa, que têm como missão divulgar produtos nacionais, fortalecer as relações já existentes e abrir outros mercados.
Na parada seguinte, a Jordânia, governada pelo rei Abdullah II, Aqaba foi a cidade escolhida para o encontro entre Jungmann e o monarca jordaniano. Foram discutidos temas em comum, a boa relação diplomática entre Brasil e Jordânia, iniciada em 1949, e o ministro brasileiro informou ao rei que, no próximo ano, deverá ser indicado um adido de defesa não residente para o país.
Ainda na Jordânia, Jungmann, reuniu-se com o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, que estava no País participando de uma conferência sobre a prevenção ao extremismo violento no oeste da África.
Na parada seguinte, o Catar, Raul Jungmann foi recebido pelo emir do Catar, o xeque Tamim bin Hamad Al Thani. No encontro foi discutido o fortalecimento da cooperação bilateral e a parceria no desenvolvimento de projetos estratégicos setoriais.
Brasil e Catar estabeleceram relações diplomáticas em 1974. Após vinte anos de contatos meramente formais, pontilhados por visitas privadas de altas autoridades, o Catar passou a demonstrar interesse crescente em aprofundar seus vínculos com o Brasil.
Na parada seguinte, Abu Dhabi, Jungmann reuniu-se com o príncipe herdeiro de Abu Dhabi e vice-comandante supremo das Forças Armadas, Mohammed bin Zayed Al Nahyan. A aproximação com o Brasil tem caráter estratégico, em relação à diversificação de fornecedores de material de Defesa.
O encontro fortaleceu o incentivo a negócios na área da indústria de defesa, como aquisição de produtos e estabelecimento de parcerias industriais – sistemas terrestres e navais.
A seguir, Jungmann foi recebido pelo ministro da Defesa, Mohammed bin Ahmed Al Bowardi, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional, Abdullah bin Zayed bin Sultan Al Nahyan.
Entre os interesses em comum debatidos estão as possibilidades de investimentos e aquisição de produtos brasileiros como o KC-390 e Astros 20-20 MK-6; de intercâmbio de soluções para vigilância de áreas terrestres – SISFRON; e da participação no desenvolvimento da Corveta Classe Tamandaré.
A relação Brasil e Emirados Árabes Unidos
Em outubro deste ano, foi realizada a primeira reunião do comitê bilateral de temas de defesa, em Brasília. Após o encontro, foi definida uma ata com pontos de ação relacionados ao intercâmbio acadêmico e visitas às unidades militares.
Entre as possibilidades discutidas estão vagas em curso de Estado-Maior nos Emirados Árabes e a visita de uma delegação brasileira com o objetivo de conhecer instituições militares e empresas de defesa dos EAU.
Em 2014, durante uma visita do xeique Mohammed Bin Rashed Al Maktoum, vice-presidente, primeiro-ministro e ministro da Defesa dos EAU e emir de Dubai, foi assinado acordo de cooperação na área de defesa, o primeiro do tipo assinado pelo Brasil com um país do Oriente Médio.
Os EAU são, atualmente, importante entreposto comercial, “hub” logístico e centro de negócios. Hoje, aproximadamente 30 empresas brasileiras contam com escritórios comerciais no país, utilizando-o como plataforma para suas exportações na região.
A Agência de Promoção das Exportações e Investimentos (APEX-Brasil) mantém um escritório em Jebel Ali, zona franca de Dubai, para auxiliar empresas brasileiras que pretendam se estabelecer nos Emirados.
Os investimentos bilaterais tem assumido, também, papel cada vez mais relevante, impulsionando o desenvolvimento de ambos os países. O estoque de investimentos emiráticos no Brasil é de aproximadamente US$ 5 bilhões.
Os Emirados, por intermédio da empresa Calidus, desenvolvem com a brasileira Novaer,a aeronave B250 Bader, que se encontra em fase de certificação.
Fonte: Revista Tecnologia & Defesa